quarta-feira, 10 de março de 2010

Poesia para a Companhia


A dádiva do teu riso

Porque teu sorriso é uma dádiva,
A todos os olhos já castigados pela barbaridade,
Bárbara idade, ondas de crueza e insanidade,
É que eu procuro a minha iniciativa,
Procuro saída de emergência, ou outra qualquer saída,
Por onde teu riso possa escapar, um trecho semi-aberto no teu lábio,
Da onde eu possa fazer, com uma história mal-contada,
Teu sorriso tremular, e rasgar em terremoto gargalhante,
E invadir de forma mais incisiva, mais instintiva,
A nossa vida com a felicidade mais expansiva!

Quero te fazer sorrir, rir, gargalhar, ainda que indecisa
Entre a verdade e mentira, entre a felicidade e a tristeza,
Entre o realmente e a ilusão, quero te fazer rir com arte!
O real, realmente, mente, o real mente, realmente, mente... mente o real!
Olhamos, assombrados, a peça que a sociedade nos prega,
Boba é nossa mente que crê indiscriminadamente na grande mentira!

Eu te farei rir, te farei ser feliz, por algumas horas ou para sempre!
Já ensaio uma humana comedia pra duelar com a divina tragédia,
Já faço piadas do tempo e do espaço para que ria da minha loucura
Já jogo com mil palavras na busca de um hilário sentido
Desde a criatividade média, palaciana medida, sem titulo,
Até a inconveniência do futuro que teu riso descostura...
Teu riso incontido me faz ver que a vida ainda pode ser feliz
Ainda quando você só ri sou incontido, indiscreto,
E digo a ti em pronome de ângulo meio reto:

É nesse sorriso aberto e sincero, que me despeço
Das reais mentiras do indevido decreto,
E acho minha vida diva, e rio um rio que não corre quieto
Onde vi dádivas se banharem em mar de felicidade,
Por isso bem-vindo seja teu riso da feliz idade!
Mesmo que seja breve e sem continuidade,
Teu riso já levanta do olhar a luminosidade
E arranca minha alma da sombria verdade!
 

Edgar Izarelli de Oliveira




para saber mais sobre Edgar acesse edizarelli.blogspot.com

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